sexta-feira, 7 de maio de 2010

anti-Interior Desing-Tokyo-Michel Gondry

Eu quero poder merecer ser útil pra mim. Eu quero deixar de ser, pelo uma vez, quem sabe, e não me chamem de pessismista, menos azarada. Quero ser mais útil que uma cadeira, mas para mim, não para eles. Quem são eles? Quem eles pensam que são? E que importa? Eles estão fodendo. E eu sou apenas uma cadeira. E ainda existe gente tão fútil nessa vida, que tem como sonho ser tão útil quanto uma cadeira. São os afortunados e os desafortunados.Tão substituível quanto uma cadeira. Ter que ser tão fria quanto uma cadeira, quando há tanta coisa que posso oferecer, tanta paixão, tanta vontade... Mas eles não estão nem aí. Você recebe pra ser uma cadeira. Porte-se como uma! E assim vai ser, e acho que até o fim. Do começo ao fim, sem dó, nem piedade, só transtorno, só contratempo, só trauma, e é isso.Vai saber se não é por isso essa minha transitoriedade, essa mudança constante. Vai saber... nem o tal do Freud, muito menos ele. Eu só quero ir embora. Minha mãe me deixou aqui, com essa gente estranha, mas eu não quero ficar. Quero ir embora. Quero voltar pra onde nunca deveria ter saído. Por que eu tenho que ficar? Por que não posso ir? Qual o problema? Coragem, menina, vai embora. Isso aqui não é pra você, nunca foi.

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