sexta-feira, 19 de março de 2010

Lucy's letter

pic by Fabiana Rangel

quinta-feira, 18 de março de 2010

Esquilo Não Samba

Móveis Coloniais de Acaju Composição: Leonardo Bursztyn

Muito prazer
Eu sou você amanhã
Só não me apresentei antes
Por medo de desmotivar
Eu sei que é triste
Mas não se deixe abalar
Terás dias bons
Cujo número eu posso contar
Muito prazer
Eu sou você amanhã
Só não me apresentei antes
Por medo de desmotivar
Não vou mentir
Na sua média você será
Medíocre
Não vou mentir
Não sua média você será...
Mediocridade
Eu sei o quanto eu sinto saudade
Mediocridade
Eu sei o quanto eu sinto saudade
Do tempo em que eu me achava esperto
Do tempo em que eu esperava dar certo
Do tempo em que eu me achava
Não quero te iludir
Não quero te enganar
Não quero te iludir
Você está
Desperdiçando o que era pouco
Muito pouco, quase nada
E está para acabar
Acabar

segunda-feira, 15 de março de 2010

Da prole

"...Então a biosfera inteira, agonizante, finalmente em seus últimos recursos, implorou àquele ser vil e arrogante, àquela bactéria infecciosa, prole de seu próprio ventre; implorou e agonizou por piedade. E aquele ser repugnante instituiu: "Não!", disse ele. "Não terás a minha piedade: já está decidido. Já foi declarado, registrado, homologado, anexado e arquivado; nossa condição é simples e clara: eu serei a hiena, e você será a presa agonizante em minhas mandíbulas..."


...


Da arte de ser clown.
Da arte de fazer rir por meio da dor e da tristeza.
Das vantagens de ser comer o prato frio.
Da prole de seu próprio ventre ao doentio criador.


Ei.
Faz-me sentir o melhor de mim.
Faz-me perceber o que há para ser sorriso.
Faz-me ser inspiração e produção.
Adentraste silenciosamente nesse mundo inverborrágico. Adentraste silenciosamente no paço das palavras.

terça-feira, 2 de março de 2010

meio mosaico

Mas a vida está nos silenciando aos poucos. O vento está soprando e a sensação de estar numa corda bamba sempre esteve. Não estamos bem e isso não é de hoje. Estou chegando à conclusão de que a nossa doença é degenerativa, crônica e psicológica, e parece estar em grau avançado. A vida está nos silenciando. Conseguiram nos convencer da nossa loucura e nós sempre nos enganando, nos dizendo sãos. Maldita seja toda tentativa de estar bem, porque não tem êxito e só nos faz mais loucos. Preciso me reconectar com o meu eu. Preciso tirar o cimento do ralo. Preciso sair desse lugar o quanto antes. Não há lugar pra mim nesse espetáculo. Nunca houve. Daremos uma festa para um palhaço que não foi convidado. Ainda assim ele ri, como, bebe, dança a peça dos convidados. Esforça-se para fazer graça, mas sabe que ninguém ali se interessa de fato. Como já foi dito, é um espetáculo, ele não foi convidado, e todos estão encenando... a todo instante. E somente o palhaço não sabe. E ele vai tentando do tragicômico ao desespero. E se acha tomado de uma insanidade incomum. Porque ele não soube ser inconstante e borboleta. Ele tentou, mas essa foi a única hora em que riram dele, desengonçado e sem graça.

segunda-feira, 1 de março de 2010

canopy glow

Joana Carda corre para além-mar, a península se afasta, e ela nem está tão atordoada assim; não como os outros. Joana Carda sabe o que passou até chegar ali, e cada um sabe a dor que lhe apetece. Cada um guarda o gosto da dor que lhe faz bem, e Joana Carda está ali por ter-se agastado. Em breve Agastar