quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

E são perfeitos


Por Fabiana Rangel

Apesar de tudo, existem as palavras

O intuito não é demonstrar. É apenas registrar antes que se perca na confusão mental.

Tem certos pensamentos que se encontra nas páginas de autores. Jamais se prova que aquele pensamento sempre foi pensado, mesmo antes de saber que pertencia a tal autor. Isso acontece, inconsciente coletivo, pós-modernidade, tudo-é-possibilidade, tudo é.

Adentra silenciosamente pelo mundo das palavras.

Sartre adentrou. Passou por entre a biblioteca, escolheu, viveu, chorou e se descobriu. Ele disse que as palavras têm para ele um peso grande. Foi na infância que ele descobriu a embriaguez de se viver palavra.

Elas sempre me tiveram. Eu sempre as tive. Descobri-as antes do tempo que se costuma descobrir. Paixão inata. A palavra é uma das nossas mais belas criações. Temos a possibilidade de darmos o peso que quizermos a elas. De acordo com o tom, a importância. E aí vem a teoria da recepção também. Aí vem também o ruído. Suposição, medo, variedade linguística, lexical. Conotação, denotação.

Fazer-se palavras, criar palavra, estar palavra, sentir palavra.
Dizer a palavra que se sente. Sentir a palavra que se diz.

A palavra que eu te disse. As palavras que abstenho. Tantas. E apenas resumo em um Se você soubesse... Para que você use o nosso sentir e a nossa palavra e abstraia e imagine e delire e aja verborragicamente.